Edição 1005 (16 de agosto de 2008)

Direto do acervo roqueiro



esta semana reuni algumas das melhores imagens do famoso fotógrafo dinamarquês Jørgen Angel. Não é tarefa fácil pois os alvos das fotos são as estrelas do rock and roll das décadas passadas e o acervo de clicadas de Jørgen tem mais de 50.000 fotos. Desde sua adolescência ele trabalhou retratando diversos momentos de bandas e artistas do rock. E isso inclui fotos de apresentações, ensaios e strip-teases depois de shows (a maior prova do sucesso do “rock farofa” de Alice Cooper). Alguns personagens e momentos deixam saudade, como Bon Scott, Jimi Hendrix, Freddie Mercury, a tradicional “Mark II” do Deep Purple, o Black Sabbath reunido e Jimmy Page em plena boa forma. Em outras imagens, a clássica coreografia-pulo de Pete Townshend; e Lemmy Kilmister nos áureos tempos, anteriores ao Motörhead, quando tinha a banda Hawkwind. Os ângulos e as fotos em preto e branco criam um clima que contribui para a arte muito bem executada pelo fotógrafo dinamarquês, a arte de paralisar o tempo e registrar momentos únicos em fração de segundo. Divirta-se.









Edição 1004 (9 de agosto de 2008)

O filho da voz



Passou pelo Brasil nesta semana, mais exatamente na segunda-feira, 3, o cantor Frank Sinatra Jr., sim, filho de Frank Sinatra. A apresentação foi na Via Funchal, em São Paulo. Outros dois shows também foram agendados no Brasil: um dia 7, no Rio de Janeiro, e outro hoje, dia 9, em Belo Horizonte.

O filho de um dos maiores cantores da história da música fez seu show em forma de homenagens, ao seu pai e à bossa nova brasileira. Grandes clássicos que ganharam fama na voz de Sinatra foram relidos por seu filho, com um detalhe que possui uma importância histórica: a orquestra que acompanhou Sinatra Jr. é a mesma que tocava com seu pai. Hinos do século XX foram reproduzidos pelo também ótimo cantor, como I Got You Under My Skin, Strangers In The Night e New York, New York. O encerramento do show foi provavelmente um espetáculo, ao som de My Way.

No meio da apresentação, subiu ao palco a cantora carioca Marina de La Riva, que interpretou junto com Frank Sinatra Jr. dois clássicos da bossa, Garota de Ipanema e Dindi. Tudo bem que cantora não é muito conhecida, mas o que valeu foi a homenagem ao estilo que Frank Sinatra (o pai) tanto apreciava.

A turnê do filho do “A Voz” chama-se Sinatra by Sinatra. No Brasil e até mesmo em São José, Sinatra deixou uma legião imensa de fãs que ainda preservam o bom gosto musical.

Procura-se uma guitarra

Por favor, se alguém viu uma guitarra Jackson Stratocaster branca perambulando por aí, envie um email para o fã-clube do Iron Maiden. O fato é bizarro, porém interessante. Nesta semana, Adrian Smith, um dos três guitarristas do Maiden, teve sua guitarra roubada. O instrumento é único no mundo todo. Os dados interessantes vêm a seguir: o “desaparecimento” da guitarra não se deu no Brasil! Mas sim na Europa, em pleno primeiro mundo, na capital grega Atenas, após um show. Então, Adrian ofereceu como recompensa uma jaqueta e uma carta de agradecimento escrita à mão. Acho que até o “seqüestrador” está decepcionado uma hora dessas, esperando que o guitarrista desse como recompensa algum valor medido em várias e bem cotadas libras esterlinas. Dessa maneira, por devolução, a guitarra vai demorar a aparecer.

Apenas confirmando

Na semana passada, após a notícia de que o site da Ticketmaster (www.ticketmaster.com.br) já estaria dispondo à venda, no sábado, ingressos para dois shows do Judas Priest no Brasil, em novembro, misteriosamente todo e qualquer vestígio do Judas desapareceu do sítio eletrônico. Porém, como sempre, a má notícia veio acompanhada de uma ótima, que parece agora ser certa. O Judas Priest, em seu site oficial, confirmou quatro apresentações no Brasil, em novembro: dia 12 em Porto Alegre, dia 14 no Rio de Janeiro e dias 15 e 16 em São Paulo. O jeito é esperar notícias sobre as entradas no site da estranha Ticketmaster.

Edição 1003 (2 de agosto de 2008)

Material inédito dos Beatles



e alguém quiser adquirir é só contatar a casa de leilões em que uma fita de rolo será arrematada em agosto por valores estimados entre 25 e 37 mil reais. Não é pouca coisa. A raridade foi encontrada em um sótão de uma casa em Liverpool, cidade natal dos Beatles, na Inglaterra. Um homem estava limpando o cômodo da casa de seu pai e encontrou essa verdadeira pepita de ouro disfarçada de pedaço de cromo. O que realmente interessa, o som que sai da fita ao ser reproduzida, são cerca de 30 minutos de gravação com algumas versões inéditas de músicas. Segundo um site de beatlemaníacos, o tape seria de 1964, quando da gravação de um programa de TV da BBC chama “Top Gear”.

A grande pergunta é: como a fita de rolo gravada em 1964 foi parar no sótão de uma casa de um desconhecido? E como foram achar essa pérola apenas em 2008, mais de 40 anos depois? Para uma banda tão devastada como é o Beatles, qualquer coisinha inédita que tenha o nome do grupo já vale um bocado de milhares de reais. Eles podem.

Para fechar o ano com
chave de ouro, por enquanto




tenção roqueiros de plantão! O Judas Priest pode estar rumando para nosso país em novembro. É o que informa o site da Ticketmaster, uma empresa que terceirizou o serviço de venda de ingressos para vários eventos. Segundo o site da empresa, já estão agendadas duas apresentações do Judas, nos dias 15 e 16 de novembro, um sábado e um domingo, no Credicard Hall, em São Paulo. A atenção deve ser dispensada quanto ao pequeno número de entradas e à enorme procura por um lugar ao sol. Serão duas raras apresentações.

Espera-se que outros grupos e artistas famosos ainda venham para o Brasil. Alguns já estão confirmados, como o guitarrista Joe Satriani e as bandas Grave Digger e Symphony X. Nada que chegue perto do patamar do Judas Priest.

Os ingressos estarão à venda no site da Ticketmaster (www.ticketmaster.com.br) a partir do dia 2 de agosto, um sábado. Dou escassos dias (senão menos) para a totalidade das vendas. Portanto, corra.

Edição 1002 (26 de julho de 2008)

Queen sem Freddie Mercury?



esde 2005, dois dos membros remanescentes do Queen, Brian May e Roger Taylor, fazem apresentações com o grupo chamado “Queen + Paul Rodgers”, que conta com Paul Rodgers no vocal. A jogada de usar o nome do vocalista separado do grupo que imortalizou Freddie Mercury, na minha opinião, foi mais que uma prevenção contra revolta de fãs da formação clássica do Queen. Foi uma atitude muito bem tomada de respeito. Pois, pra mim, o Queen sem Freddie Mercury não é o Queen. A identidade criada entre esses dois nomes é tão grande que um Queen sem Freddie Mercury seria o mesmo que um Van Halen sem os irmãos Eddie e Alex Van Halen. É algo impensável.

E a novidade desta semana ficou por conta da notícia de que o “juntado” Queen + Paul Rodgers vai a estúdio para gravar e lançar material inédito. Nada contra, pois, ainda bem, o disco vai ser assinado com o nome de Queen + Paul Rodgers. O álbum provavelmente vai se chamar Cosmos Rocks e não teve a tracklist confirmada ainda. O estranho é que a única coisa mercenariamente confirmada sobre o disco é que ele já está à venda, ou melhor, pré-venda, no site da banda.

Vamos combinar: Paul Rodgers não é aquilo tudo como cantor. Ainda mais se comparado a um dos grandes expoentes da voz na história da música, o Freddie Mercury. Aliás, não há como comparar. Por isso é importante deixar essas comparações de lado e separar a carreira do Queen em duas fases bem distantes uma da outra: com Freddie e com Paul. Queen + Paul Rodgers não é o Queen! Não tem Freddie Mercury!



Edição 1001 (19 de julho de 2008)

Uma instituição do heavy metal



olf Kasparek, mais conhecido como “Rock and Rolf”, e o Running Wild já se tornaram patrimônios vivos do rock. Para quem não conhece, o Running Wild é uma banda alemã de heavy metal que é considerada uma das precursoras do estilo no mundo. Sua fundação data de 1976, apesar do primeiro lançamento ser apenas de 1982. Na época, os alemães já estavam se acostumando com o fato do país ter sido um dos berços do hard rock através dos irmãos Schenker e do Scorpions. Porém, levando-se em conta a já consagrada existência do Black Sabbath e o estouro de popularidade do Iron Maiden, talvez as duas figuras mais importantes da história do heavy, ambas inglesas, o Running Wild chegou com algo novo na terra germânica. Principalmente no começo da carreira da banda, os vocais de Rolf eram muito agressivos, beirando ao death metal, mas audíveis. Talvez esse tenha sido o principal choque nos ouvidos da Alemanha, que estavam amaciados pelo vocal melódico de Klaus Meine.

O disco clássico do Running Wild é, sem dúvidas, o Under Jolly Roger, de 1987, que contém música homônima, um dos maiores sucessos da banda. Desde o começo, inclusive nesse álbum, a temática pirata é o principal assunto das letras de Rolf. “Jolly Roger” é a famosa bandeira pirata, aquela mesmo, a da caveira.

A sonoridade da banda é única. É daquelas que não se misturam com outro estilo: é heavy metal em seu mais cru estado, apesar de alguns críticos classificarem parte da obra do grupo como hard rock ou speed metal. Todavia, o Running Wild é uma banda que eu recomendo. Como o propósito de Rolf nunca foi ficar milionário com a música, isso segundo ele, a banda nunca fez grandes trabalhos de divulgação nem shows fora do ciclo Europa-EUA. Mesmo assim, os fãs aqui no Brasil não são em pequeno número.

Fica a dica de uma ótima banda, com ótimas músicas: Riding The Storm, Bad To The Bone, Death Or Glory e muitas outras. Procurem saber. É heavy metal puro. Além disso, a banda atende, na minha opinião, dois requisitos importantes: são europeus e são antigos. Apenas tome cuidado para não sacudir muito a cabeça e quase ficar cego, assim como fez um baixista de uma banda escocesa chamada The Day I Vanished. O headbanging foi tão forte que a retina de um de seus olhos deslocou-se! Pelo menos, ele vai entrar no clima pirata do Running Wild — provavelmente vai usar um tapa-olho após a cirurgia.


obert Plant, em entrevista em Toronto, foi perguntado sobre um possível retorno do Led Zeppelin para fazer uma turnê (esse assunto é exaustivamente tratado após uma única apresentação, em dezembro do ano passado). A resposta foi surpreendente. Plant fingiu estar dormindo, simulou um ronco e completou: “Me acorde quando ela [a repórter] tiver ido embora”. Três conclusões sobre o acontecido. Primeira: o Led não precisa de reunião, pois não tem que provar nada a ninguém. Segunda: todo mundo sabe da história que o nome “Led Zeppelin” só seria usado na presença dos quatro integrantes do grupo. O show de dezembro de 2007 foi uma milagrosa e provavelmente única exceção. E como John Bonham morreu há quase 30 anos... O que me cansa é a imprensa estar sempre batendo na mesma tecla. Terceira: o senso de humor de Robert Plant está apuradíssimo. Resta-nos rir.