Edição 984 (21 de março de 2008)

Na ressaca da Fórmula 1

uem não assistiu à corrida de Fórmula 1 no fim de semana passado não perdeu absolutamente nada. Com os brasileiros se saindo muito mal, o GP da Austrália, mais precisamente na cidade de Melbourne, se mostrou bastante monótono, assim como a maioria das provas dessa categoria esportiva. Só que nos bastidores estavam se preparando quatro indivíduos — de cara pintada — que poderiam compensar a ausência de grandes emoções na corrida de carrinhos. Eram eles Gene Simmons, Paul Stanley, Tommy Thayer e Eric Singer, ou seja, o lendário quarteto Kiss.

O nome Kiss é lendário, mas a formação atual não é a clássica, que teria Ace Frehley e Peter Criss na guitarra e bateria, respectivamente, em vez de Tommy Thayer e Eric Singer. Porém de qualquer modo a banda completa em 2008 seu trigésimo quinto ano de fundação. O Kiss surgiu em 1973 de uma remota idéia do israelense Gene Simmons e de Paul Stanley após o fim da banda Wicked Lester, da qual participavam. Logo, eles procuraram novos integrantes para mais um grupo musical. Encontraram Ace, através de um anúncio de jornal, e Peter, através da revista “Rolling Stone”. Criaram assim um movimento que revolucionaria o modo de ser na década de 70. A vertente roqueira conhecida como glam rock fez a cabeça das juventudes norte-americana e internacional da época. Quatro pessoas compondo música simples, com refrão “chiclete” e ainda por cima abusando — bota abusando nisso! — de maquiagens e roupas espalhafatosas... Estava armado o circo.

Em 1974 já estava lançado o primeiro disco, auto-intitulado, da banda. A formação clássica seguiu até 1980, quando Peter Criss abandonou o grupo, cedendo o espaço para o talentoso Eric Carr. Dali várias mudanças ocorreram: na formação, na musicalidade e até mesmo na aparência. Em 1983, num golpe publicitário, o quarteto da época simplesmente aboliu as máscaras pintadas nos seus rostos. Mais tarde, numa nova jogada, a tradicionalíssima pintura facial retornou com a turnê do disco ao vivo MTV Unplugged. Logo, os empresários enxergaram uma ótima oportunidade de retomar o Kiss em sua formação original, com Ace e Peter. O resultado foi o disco Psycho Circus, de 1998, e uma turnê que passou pelo Brasil em dois concertos, no mesmo ano. Após a turnê, houve mais uma breve transgressão até que Ace e Peter deixaram a banda novamente.

Hoje, o Kiss é o terceiro grupo musical que mais possui discos de ouro e de platina, perdendo apenas para os insuperáveis Beatles e Rolling Stones. Como já havia citado acima, o Kiss completa 35 anos de sua fundação em 2008. O show em Melbourne, no domingo passado, foi o de abertura da nova turnê em comemoração ao aniversário da banda: Alive/35 Tour. Por enquanto, não há shows programados no Brasil, todavia fãs já deram início a uma petição tipo abaixo-assinado online que pudesse mobilizar os empresários da turnê. Se você quer assiná-la, clique aqui. Vamos lá! Não é toda hora que o Brasil tem a chance de receber uma banda como o Kiss, ainda mais em turnê comemorativa.
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No último sábado, dia 15, completou-se uma década desde a morte de Tim Maia, figura importantíssima da música popular brasileira. Foi um grande compositor e intérprete de inconfundível timbre vocal. Infelizmente, faleceu por infecção generalizada depois de passar mal no começo de uma apresentação. Parece até que foi ontem.