Edição 931 (17 de março de 2007)

ARQUIVO
O verdadeiro funk (britânico)



Não diga que lhe vem à cabeça, quando se fala de funk, nomes como Tati Quebra-Barraco ou algo do tipo. Isso é um lixo musical! Denigra as origens do verdadeiro funk. Essa levada foi criada, como todas as outras, a partir do blues. Primeiramente, foi usada em grupos de instrumentos de sopros, proporcionando uma sonoridade muito boa, como com os lendários Kool and The Gang. No Brasil, o Jota Quest, nos seus primeiros discos, tinha uma enorme influência do funk. Atualmente, o maior representante mundial do ritmo (se é que vão seguir carreira) é a banda Jamiroquai.

Foi criada em 1992 e tem influências não só do funk como também de uma vertente musical chamada acid jazz, que teve origem na Inglaterra, no começo da década de 90. O grupo é formado por cinco integrantes principais e mais percussionistas e vocais. Os membros atuais são Jason Kay, ou Jay Kay, (vocalista), Rob Harris (guitarrista), Paul Turner (baixista), Matt Johnson (tecladista) e Derrick McKenzie (baterista). Da formação original, de 92, só sobrou o cantor Jay; todos os outros instrumentistas passaram a integrar a banda depois da saída de alguém.

O nome Jamiroquai, segundo Jay Kay, vem de uma fusão de “jam”, palavra inglesa que representa, também, sessão, improviso, e “Iroquai”, uma tribo norte-americana com a qual Jay diz “se identificar filosoficamente”. Em 1993, o grupo já lançava seu primeiro trabalho, Emergency On Planet Earth, um disco que critica a situação ambiental do planeta. Foi um dos álbuns que mais vendeu em menos tempo na história da música. Na época, a formação da banda tinha, além de Jay Kay, Wallis Buchanan, Stuart Zender, Toby Smith e Nick Van Gelder.

O grupo sempre foi muito preocupado com as situações mundiais. Além de lançar um álbum “ecologicamente correto”, participou do concerto No Boundaries, que contou com a presença do Pearl Jam, inclusive. A intenção foi arrecadar fundos para os refugiados do Kosovo, que sofre até hoje com guerras civis (na época, foi praticamente posto no chão durante guerra pela separação da antiga Iugoslávia). Em meados da década de 90, o Jamiroquai lançou seu terceiro disco, Travelling Without Moving, que critica o mau uso da engenharia genética (a clonagem de seres vivos). Já em 96, lançavam Virtual Insanity (que ganhou o Grammy de melhor single e quatro prêmios da MTV), no dia em que a ovelha clonada Dolly nasceu.

Voltando à linha do tempo: depois do primeiro disco, foi lançado The Return of the Space Cowboy, de 1994, que conta com o sucesso Space Cowboy. Mais dois discos até assumirem de vez a postura funk que regera o grupo até o momento. É o lançamento de Funk Odissey, de 2001, que melhor demonstra a sonoridade do Jamiroquai. Já em 2005, o álbum Dynamite, último lançado, traz grandes sucessos que formaram ainda mais fãs pelo mundo inteiro, inclusive no Brasil. Teve até música em trilha de novela da Globo: Seven Days in Sunny June, uma baladinha romântica no melhor estilo “anos 80”.

Atualmente, o Jamiroquai, como já noticiado aqui, vive uma fase de transição. O grupo procura um substituto para Jay Kay, que não renovou contrato com a gravadora. O sucesso futuro não é certo, já que Jay era a alma, a essência do grupo. O ótimo vocalista deu o parecer de não querer voltar, não. Não só o sucesso como também a continuidade da carreira da banda está prejudicada.

Sem futuro previsível, o grupo, instrumental por enquanto, não vai perder o espaço que ganhou no mundo fonográfico, com certeza. Já foram vendidas mais de 20 milhões de cópias mundo afora, sendo essas cópias em apenas seis discos. No papel, é uma média de mais de três milhões de vendas por álbum. Enfim, o jeito é esperar no que vai dar. Garanto que os fãs do Jamiroquai, como eu, ainda têm aquele fiapo de esperança (a última que morre) de que Jay Kay possa voltar atrás na sua decisão e tornar a trilhar o caminho de sucesso da banda.

BEAT
‘Sucessos’ do Pink Floyd
Na semana passada, me foram apresentadas duas músicas que melhor representam a expressão: “a última música do lado B”. São Learning To Fly e On The Turning Way, do Pink Floyd. O lendário grupo liderado por Roger Waters (que, aliás, já agendou show de sua turnê, com sucessos da banda inclusive, aqui no Brasil) foi um dos mais populares da década de 70. Como outras bandas, o Pink Floyd é daquelas que, mesmo não tocando mais, conta com uma verdadeira nação de fãs pelo mundo inteiro. Apesar de não existir mais, há a mínima chance de o grupo voltar aos palcos (não com a formação original), já que, em declaração ao “Fantástico”, da Globo, Waters disse estar a apto a se reunir com os outros membros da banda.

SEMIFUSAS
Novos no Hall da Fama
No final de semana passado, houve a cerimônia que premia os novos integrantes do Hall da Fama do Rock’n’Roll. São três: R.E.M., Van Halen e Patti Smith. O grupo californiano liderado pelo carequinha Michael Stipe recebeu elogios do apresentador da noite, Eddie Vedder, vocalista do Pearl Jam. Além disso, tocou sucessos do passado e do presente, com a sua formação original. A banda-ícone Van Halen foi representada pelo vocalista Sammy Hagar e pelo baixista Michael Anthony. Foram sentidas as faltas dos irmãos Eddie e Alex (Eddie está em uma clínica de reabilitação) e do tradicionalíssimo showman e cantor David Lee Roth. A roqueira Patti Smith se mostrou a mais emocionada com a indicação e relembrou seus maiores sucessos.

De volta às origens
O cantor Robbie Williams, que passou um bom tempo em clínica de reabilitação, pretende voltar à ativa e às origens. A pretensão, até agora não-oficial, é de retornar ao grupo que o revelou, o Take That. A suspeita se mostra clara porque na patente do nome do grupo, renovada recentemente, consta o nome do ídolo como um dos proprietários. O Take That, que voltou aos palcos no ano passado (sem Robbie), daria um grande salto de popularidade, já que seu vocalista é um grande ídolo.

TRÊS
Três músicas para se ouvir com volume exageradamente alto:

Maior Abandonado – Barão Vermelho (na era Cazuza)
Smoke On The Water – Deep Purple
Blue – Simply Red