Edição 922 (13 de janeiro de 2007)

ARQUIVO
Espere... e engane-se



Esse é Jimmy Page. O guitarrista da extinta banda Led Zeppelin, um dos maiores fenômenos do rock’n’roll da década de 70. Ele é, com toda a certeza, um dos músicos que mais influenciou os estilos atuais. Não é à toa que, nascido em Londres, na Inglaterra, foi grande amigo de outros guitarristas do seu patamar, como Eric Clapton e Jeff Beck. Page e Beck já tocaram juntos, antes da era Led Zeppelin de Page, na também extinta banda Yardbirds, em meados de 1960.

James Patrick Page nasceu em 9 de janeiro de 1944, num distrito chamado Heston, localizado no norte de Londres. Aos 12 anos, já aprendeu a tocar guitarra, sempre com sua marca registrada, a Gibson Les Paul, normalmente de cor laranja. Em 1958, entrou para um concurso de calouros, chamado “Search for Stars”, na TV inglesa, o que não o alavancou como esperado. Mais tarde, fez participações especiais com a banda Crusaders, em suas primeiras apresentações e sessões de gravações em estúdios.

O melhor período, o de maior ganho de experiência de Jimmy Page, foi quando se tornou músico de estúdio e, segundo estimativa, participando em 60% das produções musicais feitas em todo o território britânico. Gravou solos de guitarra em singles de bandas importantes como em Heart Of Stone, dos Rolling Stones, e o primeiro do The Who, I Can’t Explain.

Mas foi no Led Zeppelin (antes, passou três anos tocando com os Yardbirds ao lado de Jeff Beck) que Jimmy Page se firmou como uma das grandes influências dos guitarristas atuais. São características do músico sexagenário (completou seus 63 anos nesta terça-feira, 9), além das Gibson Les Paul e dos violões e guitarras de mais de um braço, a agilidade e o virtuosismo. Todos os seus solos e improvisos são inovadores. Quanto mais você pensa que sabe que nota Jimmy vai tocar, mais você se engana. Aliás, o Led Zeppelin foi uma das bandas que teve a maior capacidade de criação de todos os tempos. Dentre todos seus álbuns e todas as músicas contidas neles, o grupo conseguiu idealizar novos ritmos, novas levadas e composições diferentes.

Atualmente, mais de 20 anos após a separação do fantástico Led Zeppelin, a dupla Jimmy Page e Robert Plant se reúne para shows beneficentes, como o que fizeram em prol das crianças órfãs da África, especialmente do Marrocos (essa apresentação foi lançada em DVD).

A história do rock’n’roll mundial deve muito ao Led Zeppelin e a Jimmy Page. A inovação nos improvisos, a criação de novas idéias e o modo de se tocar guitarra são marcas do músico que ficarão afixadas na história. Ah, só avisando: não espere que essas marcas continuem vivas para sempre, pois daqui a pouco tudo pode mudar, afinal, tudo pode-se esperar de Jimmy Page.

BEAT
Uma janela no rock’n’roll
Desde 1.º de janeiro deste 2007, já se pode ouvir por inteiro no site do U2 (www.u2.com) a nova música da banda. O single foi lançado também no começo do mês. Window in The Skies é um 6 por 8 bem musicado e composto que é expectado pelo quarteto como o mais novo sucesso nas rádios. Mas se você quiser, pode também assistir ao clipe que já está disponível no YouTube, com duas versões diferentes: a original e a alternativa, uma montagem muito bem feita com vários artistas internacionais cantando. Saia na frente e ouça esse novo sucesso do U2, antes do refrão “Oh, can’t you see what love has done?” chegar às rádios brasileiras.

SEMIFUSAS
Volta para se comemorar

Está rolando na imprensa musical pelo mundo todo uma suposta reunificação dos membros do The Police. A volta aos palcos seria uma comemoração do trigésimo aniversário do maior sucesso da banda, Roxanne. 21 anos depois do encerramento das atividades musicais, a especulação de que o trio britânico voltaria a fazer shows, nos EUA e na Inglaterra, se deve a uma declaração do baixista e vocalista Sting, em seu site, de que os 30 anos de Roxanne serão comemorados. Isso foi o estopim de uma volta para se comemorar, já que o guitarrista Summers e o baterista Copeland sempre foram adeptos a um retorno do The Police aos palcos.

O fim não está próximo
Pelo menos foi o que afirmou o baterista Stephen Morris, de outra banda clássica, o New Order. Foi criada uma polêmica de que o próprio teria dito, no fim do ano passado, que o grupo “daria um tempo”. Nesta semana, para a alegria dos fãs, Morris desmentiu a declaração e deu uma de louco: “É a primeira vez que ouço isso”. Ainda completou dizendo que têm um álbum para terminar e um filme para ser lançado. O New Order agitou São Paulo em um show memorável em novembro de 2006.