Edição 985 (29 de março de 2008)

Enquanto isso, atrás das portas



uita água está rolando entre os integrantes (ou ex-integrantes?) do The Doors. Desde a morte de Jim Morrison, a mente brilhante da banda, em 1971, nunca se soube ao certo se o lendário The Doors voltou ou não. No começo dos anos 2000, os remanescentes Robby Krieger, guitarrista, e Ray Manzarek, tecladista, deram início a uma turnê em que se apresentavam como o “The Doors of the 21st Century”, ou seja, o The Doors do século 21. E foi por aí que essa verdadeira confusão começou.

Com a morte de Jim, os outros três integrantes tentaram continuar com o The Doors, porém pouco tempo depois este se desfez, em 1972, após dois álbuns mal-sucedidos se comparados aos da fase Morrison. Desde então, nada realmente importante com relação a uma volta do The Doors. Até que em 2001, o trio, constituído pelos dois nomes supracitados e pelo baterista John Densmore, se junta para gravar um DVD para o canal de TV VH1, com várias participações especiais nos vocais.

Um ano depois, em 2002, Krieger e Manzarek unem-se numa polêmica turnê, nomeados como “The Doors of the 21st Century”. Como assim? The Doors sem Jim e sem o baterista Densmore? Alguém tinha que reclamar; e como Morrison já tinha morrido há mais de 30 anos, John Densmore foi quem pagou o pato. Instaurou ação judicial contra os outros dois ex-companheiros e o nome The Doors parou de ser usado. Atualmente, a dupla utiliza a denominação “Riders On The Storm”, nome de uma canção da banda.

Só que onde está o problema nisso tudo? Quando das audiências do processo, Ray Manzarek gastou cerca de 3 milhões de dólares. E como ele tinha uma apólice de seguro que o protegia contra “danos de publicidade”, logo acionou sua seguradora. Esta, por sua vez, foi totalmente omissa e não cobriu nem cobrirá o imenso prejuízo. Não contente, o tecladista entrou com uma ação contra a empresa e essa foi engavetada em 2006. Recebi a notícia de que nesta terça-feira, 25, o tribunal norte-americano de apelações resgatou essa briga. Briga esta que reflete também na situação entre os membros remanescentes da banda. Jogando às claras: está cada vez mais longe a possibilidade de uma reunião do bom e velho The Doors.
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ais uma foto bacana de se ver. Aquela que nos faz voltar ao tempo e lembrar de como era boa a música nas décadas passadas. Posando para a foto, antes das entrevistas, o Rainbow em sua mais tradicional formação, com a lenda viva Dio nos vocais. Da esquerda para a direita: o guitarrista Ritchie Blackmore, o baixista Bob Daisley, o vocalista Ronnie James Dio, o tecladista David Stone e o baterista Cozy Powell. A banda estava em turnê de divulgação do seu terceiro disco, Long Live Rock’n’Roll, de 1978, ano em que foi tirada esta fotografia.

Interessante na história do Rainbow é o fato de que Blackmore, após ter saído do Deep Purple, procurava novos instrumentistas para formar uma nova banda. Muito difícil, não é mesmo? Então, ele achou uma jóia rara: o já formado grupo Elf, que tinha acabado de demitir seus guitarristas. É muita coincidência mesmo. Gravaram o primeiro disco e logo Ritchie mandou todos para a rua, exceto Dio, talvez para não ficar com a má fama de ter pego algo pronto e, assim, mais fácil de se fazer.

O Rainbow também é conhecido por ter revelado algumas personalidades do mundo do rock, como o próprio Dio, que depois foi cantar com o Black Sabbath, Graham Bonnet, mais tarde vocalista do Michael Schenker Group, Don Airey, atual tecladista do Deep Purple, e Joey Lynn Turner, também futuro integrante do DP.